“O que vai ficar na fotografia são os laços invisíveis que havia”. O trecho da canção “Fotografia” combina bem com o momento. Temos buscado mais que nunca, naquele sorriso ou abraço registrado, lembranças de pessoas queridas, de momentos felizes. Neste domingo (10/5), comemoramos o Dia das Mães e talvez as fotografias tenham um sentido ainda mais amplo nesse universo de distância física entre mães e filhos. Ainda bem que temos a tecnologia para ajudar a encurtar um pouco esta distância, não é mesmo? E sabemos que no presencial ou no virtual, pela vídeo chamada ou na fotografia, os laços de amor não se dissolvem. E é isso que queremos celebrar aqui, contanto um pouco da história da Renata, da Eliana e da Bruna, e com isso, enaltecer e agradecer a todas as mães da Unesc, que compartilham o seu afeto com a Instituição. Que são generosas ao compartilhar um pouco desse imenso amor pelos filhos com a Universidade.
A reitora, Luciane Bisognin Ceretta, que é mãe de Vitória, compartilha, assim como as mães da Universidade, o mesmo sentimento de amor, carinho e cuidado pela filha e pela Unesc. “Será um Dia das Mães diferente para nós da Unesc. Não será possível abraçá-las como habitualmente fazemos, no entanto, estou certa que será um dia incrível, pois estaremos juntas, da maneira que for, dos filhos e quiçá, também das nossas mães. Vivam esse momento lindo que representa todos os dias mais lindos e intensos de nossas vidas. A vivência da maternidade encheu a minha vida de significado. É um afeto que ultrapassa qualquer limite e a me dá a sensação de que nunca estarei só. Assim como minha filha é o meu presente, desejo que assim o seja com cada uma das mães da Unesc, sejam elas nossas professoras, nossas funcionárias, nossas estudantes ou nossas egressas. Tenham um lindo, tranquilo e seguro Dia das Mães! Recebam o nosso afeto na forma de cuidado”.
A missão da vida de Renata
Acadêmica da sétima fase do curso de Licenciatura em Artes Visuais, Renata Ribeiro Machado também faz disciplinas no curso de Biomedicina, para agregar ao trabalho de body piercer no estúdio de tatuagem dela e do marido, o tatuador, graduado em Licenciatura em Artes Visuais e mestrando em Educação da Unesc, Felipe Machado. Ela pode assumir vários papeis, mas o melhor deles, em sua opinião, é o de mãe da Pietra, de 8 anos (aluna do Colégio Unesc) e do Gael, com 4 anos. Renata abriu mão de uma carreira promissora na área administrativa pelo desejo de viver a maternidade ao máximo.
“Se eu vim nesta vida com alguma missão, com certeza é a de ser mãe. Não consigo imaginar a vida sem meus filhos. Eu me cuido ao atravessar uma rua, zelo pela minha saúde por eles. Eu quero vê-los crescer e o que for preciso pra que eles sejam felizes, eu farei. Abri mão do conforto e da estabilidade do emprego que tinha na época, para ser mãe. Queria ver o primeiro dente, os primeiros passos e não aceitava perder isso. Foi um sonho que realizei. Eu poderia ser a artista mais conhecida, a professora mais querida, ser a profissional mais premiada, mas se eu pudesse escolher eu escolheria ser a melhor mãe para os meus filhos. Isso me basta!”, afirma entre lágrimas.
Para Renata alcançar o seu objetivo, ela contou com uma parceira bem especial. “A Unesc é uma benção em minha vida! Eu queria poder tirar férias com meus filhos, então eu mudei a rotina e meu caminho para me tornar professora e a Universidade me deu essa oportunidade. No meio do percurso me apaixonei pela docência e não consigo acreditar que não pensei em ser professora antes. No TCC falei exatamente sobre este caminho na Universidade que me construiu como professora, artista e mãe”, conta.
A versão mãe da Renata encontrou uma aliada na Universidade e ela quis que outras estudantes também pudessem vivenciar esta experiência. A acadêmica reconhece que há muitos desafios em conciliar maternidade e curso superior e percebeu que outras mulheres passavam as mesmas dificuldades. “Vi colegas desistindo, simplesmente porque a maternidade não as deixava continuar. Por ser mãe, ao ver minha colega grávida estacionando em frente ao Colégio Unesc e ter que subir a pé até o Bloco Z, lutei pelas placas de estacionamento preferencial. Quando o Felipe entrou no curso de Artes Visuais, o Gael tinha poucos meses, então nosso filho cresceu aqui dentro. Inúmeras vezes o Felipe trocou o Gael no banco da Praça do Estudante e por isso lutei por fraldários nos banheiros masculinos. Eu amamentei muitas vezes no frio, nos bancos dos corredores e tive que trazer meus filhos para eventos por não ter onde deixar. Não desisti de me formar e vou sempre lutar para que outras mães e outros pais também não desistam da graduação”.
Mais que mãe e filha: companheiras de vida e colegas de trabalho
A vovó Eliana Ferreira dos Santos é só sorrisos quando o assunto é as filhas Bruna e Beatriz e o neto Francisco. “A maternidade trouxe um novo sentido para a vida. Fui mãe cedo e sempre procurei buscar o melhor para as minhas filhas e enfatizar para elas a necessidade de valorizar a família”, comenta Eliana. “Ser avó é uma explosão de alegria! O Francisco é uma figurinha linda, um amado que veio para o mundo para transformar a minha vida em 100% de amor. Não há espaço para outro sentimento”, complementa ela, ao melhor estilo “coruja”.
Imaginem então a alegria de Eliana ao poder trabalhar no mesmo local que uma das filhas? Pois ela e Bruna são funcionárias da Unesc e tratam de aproveitar a oportunidade para cultivar o amor – que transborda para a Instituição. “Amo trabalhar aqui. Comecei no curso de Artes Visuais há 11 anos e estou até hoje. Adoro o contato que eu tenho com os acadêmicos, professores e outros colaboradores. Antes de ingressar na Universidade, procurei um emprego que me proporcionasse mais tempo com a minha família. Aqui eu encontrei muito mais do que eu procurava. A Unesc representa para mim amor, família e respeito e tenho uma alegria imensa de ter minha filha Bruna trabalhando aqui também. Além de tudo, nos intervalos ainda posso dar um cheirinho nela”, confidencia Eliana.
Segundo Bruna, a relação delas extrapola os limites de mãe e filha. “Ela é minha base. Sei que posso passar por tudo e que se eu realmente precisar ela estará lá. Agradeço por tudo que ela fez e faz por nós. Eu e minha irmã somos mulheres fortes e independentes porque ela permitiu, ao sempre procurar fazer com que nós tomássemos as próprias decisões. Como avó, tem sido melhor ainda. Ela é perdidamente apaixonada pelo meu filho. Se deixasse, o Fran passaria mais tempo com ela do que comigo”.
Bruna Ferreira dos Santos Crispim é mãe de Francisco, de 2 anos e 4 meses e afirma ter tido um belo encontro com a maternidade. Os desafios e os aprendizados diários com o Fran, como é carinhosamente chamado pela família, tem transformado a vida de Bruna. “Estamos sempre buscando o melhor para o desenvolvimento dele. A angustia é grande e às vezes toma conta. Mas temos que parar e lembrar que o Francisco vai além da síndrome de Down. Com a quarentena tivemos muitas conquistas e um retorno interessante de uma das terapeutas dele, que atribuiu estas vitórias pelo fato do Fran estar em um ambiente seguro e com amor. Isso nos deixa muito, muito feliz”, afirma.
Na Universidade desde 2007, Bruna ingressou no quadro de funcionários após dois anos de estágio. Atualmente integra a equipe da Centac e afirma considerar a Universidade uma extensão de sua casa. “Procuro fazer o melhor sempre e digo que a Unesc é mais que uma empresa. Ela é única, é diferente e o diferente me encanta”. Aqui ela também encontra apoio para o desenvolvimento do Fran, que é paciente do Serviço de Fisioterapia das Clínicas Integradas. Sem contar que tem a vantagem de ser mimada pela mãe quase todos os dias – apesar de ter que “repartir” Eliana. “Divido ela com meia Universidade. Minhas colegas a chamam de mãe e os alunos também. Por aí já dá para perceber que ela mima muita gente. E quem não curte um carinho de mãe não é mesmo?”. Olha Bruna, a gente ainda não conheceu alguém que não gostasse.