O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é clínico e possui como referência as versões mais atualizadas dos manuais de classificação internacionais para a uniformização das definições: o CID-11 e o DSM-5.
Sinais
O atraso de linguagem costuma ser o principal sinal identificado pelos pais na busca por assistência para o(a) filho(a), com idades entre 12 e 24 meses. Comportamentos repetitivos, interesses restritos, repetição em eco da fala (ecolalia) e rituais também podem ser indicativos de TEA e são constantemente sinais observados pelos pais.
Pessoas com TEA podem apresentar déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, incluindo déficits na reciprocidade social, em comportamentos não-verbais, de comunicação usada para interação social e em habilidades para desenvolver, manter e compreender relacionamentos. Além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do TEA requer a presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
Confira, a seguir, alguns sinais característicos de autismo. Apenas três deles identificados em uma criança de um ano e meio já justificam a procura pelo diagnóstico e encaminhamentos especializados:
- Não manter contato visual por mais de 2 segundos;
- Não atender quando chamado pelo nome;
- Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;
- Alinhar objetos ou girar objetos sem uma função aparente;
- Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;
- Não usar brinquedos de forma convencional;
- Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
- Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
- Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia);
- Não compartilhar interesse;
- Apresentar interesse restrito por um único assunto (hiperfoco);
- Não imitar;
- Não brincar de faz-de-conta;
- Hipersensibilidade ou hiper reatividade sensorial.
Quando em idade entre 18 e 24 meses, caso haja suspeita ou atraso indicativo de TEA, os pais podem responder ao questionário M-CHAT, o qual tem como intenção apontar possíveis riscos e indicar se há a necessidade de buscar por avaliação diagnóstica.
Avaliação diagnóstica
Em caso de suspeita ou diagnóstico de autismo, as famílias podem procurar a Fundação Catarinense de Educação Especial, na Grande Florianópolis, ou uma instituição credenciada do seu município para orientações e encaminhamentos.
Fundação Catarinense de Educação Especial
Na Grande Florianópolis, o Centro de Avaliação e Encaminhamento (CENAE) da FCEE realiza avaliação diagnóstica de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) para identificar alterações do desenvolvimento neuropsicomotor e realizar encaminhamentos para a rede de saúde, educação e assistência social.
O laudo diagnóstico (inicial, pericial e multidisciplinar) é o ponto de partida para o encaminhamento aos benefícios, serviços e intervenções necessárias para cada sujeito, de acordo com as políticas públicas vigentes.
Instituições especializadas
A FCEE mantém acordos de cooperação técnico-pedagógica com Centros de Atendimento Educacional Especializado (CAESPs) mantidos pelas Associações de Educação Especial para o estabelecimento de condições adequadas para o atendimento de pessoas com Atraso Global do Desenvolvimento (AGD), Deficiências e Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa medida atende as diretrizes da Política de Educação Especial de Santa Catarina, expressas na Resolução n. 100/2016/CEE/SC.
O ingresso da pessoa com diagnóstico de TEA nos CAESPs está condicionado ao seu diagnóstico, o qual pode ser realizado pela equipe multidisciplinar da instituição, bem como apenas validado por ela quando este for dado por médico, psicólogo ou equipe avaliativa externa. A partir deste contato inicial, segue-se um fluxo interno de encaminhamentos.