A Cidasc chega ao fim de 2021 com destaque para a intensificação de fiscalização e capacitação para manter a sanidade animal e vegetal em Santa Catarina. Ações que impactam diretamente na qualidade do produto agropecuário catarinense e que colocam o estado em posição de destaque nacional.
Parte dos esforços da atual gestão foi para aprimorar procedimentos e processos e atualizar equipamentos, a exemplo do projeto Inova Defesa, que entrou em operação em novembro. Estão previstos editais de licitação, no total de R$ 25 milhões, para novos investimentos na defesa agropecuária.
O ano de 2021 marcou o início das atividades do Programa Estadual de Controle e Monitoramento de Resíduos de Agrotóxicos, financiado com recursos do Fundo de Desenvolvimento Rural, que realiza a testagem em hortifrutigranjeiros. Das 751 amostras de produtos vegetais encaminhadas para análise, 89,9% estavam dentro dos limites estabelecidos em termos de quantidades e tipos de resíduos detectados. O objetivo é reduzir ainda mais o percentual de amostras não-conformes.
Ainda no âmbito do Departamento Estadual de Defesa Vegetal da Cidasc, deve-se destacar o trabalho de vigilância para impedir a entrada ou proliferação de pragas, capazes de provocar grandes perdas na produção agrícola. Foram emitidas mais de 66 mil Permissões de Trânsito Vegetal (PTVs) e realizadas cerca de 1.900 inspeções em lavouras, pomares e armadilhas de monitoramento de pragas.
O presidente da Cidasc, Plinio de Castro, salienta ainda a decisão, fundamentada com parecer técnico, de proibir o uso da substância Fipronil para uso foliar em lavouras no Estado. Este agrotóxico em específico está relacionado a casos de mortandade de abelhas.
“Fomos o primeiro estado a tomar esta medida. Além de dar segurança para mais de 10 mil famílias envolvidas na produção de mel no estado, isto também traz segurança para o consumidor e não causa nenhum prejuízo ao produtor de soja, pois existem outros agrotóxicos indicados para esta cultivar e que não apresentam o mesmo risco”, detalha o presidente da Cidasc.
Entre os números do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Animal pode-se destacar a emissão de mais de um milhão 175 mil Guias de Trânsito Animal (GTAs). Foram realizados mais de 12 mil exames para doenças infecto contagiosas. O estado, que já é livre de peste suína clássica e livre de febre aftosa sem vacinação há vários anos, quer trabalhar agora na erradicação de outras doenças.
“Queremos intensificar ainda mais o trabalho realizado pela Cidasc contra a brucelose e a tuberculose, doenças que podem atingir a saúde humana. Isto é importante para fortalecer a cadeia produtiva do leite, que envolve muitos pequenos produtores”, afirma Castro, destacando que Santa Catarina já tem a menor incidência do país em brucelose e tuberculose bovina.
Além das ações de fiscalização ligadas à sanidade animal, foram realizadas centenas de capacitações, palestras e reuniões, com público total estimado em 4.300 pessoas. Um dos temas que recebeu muita atenção do departamento foi a prevenção da Peste Suína Africana (PSA), após o registro de foco da doença na região do Caribe, na América Central. As atividades de educação sanitária buscaram orientar proprietários rurais e a população em geral sobre medidas necessárias para evitar a introdução da doença no país e no Estado.
A Cidasc também obteve excelentes resultados na inspeção sanitária. Além de ser responsável pelo Serviço de Inspeção Estadual (SIE), a companhia também concede em Santa Catarina o Selo Arte e o registro no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI), que são selos federais e permitem a venda destes produtos em todo Brasil.
Em 2020, existiam 45 estabelecimentos catarinenses com registro no SISBI, e neste ano o número saltou para 71 estabelecimentos. A evolução é ainda mais perceptível em relação ao Selo Arte, que destaca produtos que conciliam o caráter artesanal com elevados padrões sanitários: 21 pequenas agroindústrias obtiveram o selo em 2021, somando-se às outras três já certificadas.
O Departamento Estadual de Inspeção também ofereceu 30 turmas em 10 cursos de capacitação diferentes ligados à inspeção sanitária, destinados a quem trabalha nas cadeias produtivas de alimentos de origem animal. No total, foram capacitadas 9.700 pessoas.