A Administração Municipal, por meio da Fundação Cultural de Criciúma (FCC), promove, a partir das 19h desta quarta-feira (28), no Centro Cultural Jorge Zanatta, a exposição coletiva Jovens Artistas Catarinenses: Rotas em Convergência. Aberta ao público, com entrada franca, a exposição contará com obras de mais de 10 artistas do Estado de Santa Catarina. Em seu dia de abertura, o evento receberá a participação especial do cantor Vitor Nesi Jazz. A iniciativa seguirá até a última semana de setembro e poderá ser visitada de segunda-feira a sexta-feira, das 11h às 17h, com disponibilidade de agendamentos de escolas para visitas em turmas.
A exposição conta com curadoria de Clairton Rosado e Marcos Dagostin e reunirá obras de artistas como Fernanda Sabino e Luiz Gustavo Corrêa. “Para mim, está sendo uma grande oportunidade e a realização de um sonho. Acredito que, também, conhecendo as obras dos outros artistas, isso pode ajudar tanto a mim quanto a eles”, conta Corrêa. Ele afirma, ainda, que está ansioso para conhecer os outros participantes.
A ideia do evento surgiu após a primeira exposição, feita neste ano, em alusão aos 30 anos da FCC, chamada de Espaço Tempo: Trajetórias e Memórias. Conforme Rosado, que é diretor de Cultura da FCC, na oportunidade, as obras expostas faziam parte do acervo da entidade, contando com o acréscimo de duas artistas convidas, uma de Criciúma e uma de Cocal do Sul. “Iniciamos um processo de pesquisa de artistas a partir das nossas proposições estéticas e curatoriais. Quais artistas, quais obras, formatos e técnicas gostaríamos de trazer à exposição. Partindo dessas proposições percebemos que a seleção evidenciava em cada escolha a presença de artistas jovens. Estabelecido este recorte nos deparamos com uma explosão de criatividade no trabalho de cada um deles. Não à toa diversas obras são concebidas em sequência e variações que evidenciam as diversas possibilidades exploradas em cada obra”, explica.
Para alguns artistas, está é uma oportunidade única, visto que a exposição de suas obras permite a sua valorização, assim como o crescimento na área. “É um espaço de suma importância, porque ele permite que os artistas, que muitos deles ainda são estudantes, iniciem uma inserção nesse movimento de estarem expondo seus trabalhos, participando desse processo de produção, de envio das obras, de participação numa abertura de exposição, e de sobretudo estabelecer um contato com seu público. Nesse sentido, a galeria de arte da FCC acolhe essa produção e constrói também uma característica a si mesma, de tornar-se um local de experimentação em que o artista busca um diálogo diretamente com o público em geral”, observa Rosado.
O espaço contará, ainda, com uma sala específica para o artista Luiz Gustavo. “Inauguramos nesta exposição a ideia da presença de um artista residente que produz obras especialmente para um espaço da galeria que chamamos de laboratório. O Luiz Gustavo esteve na FCC por diversos dias, pensou o espaço, nós conversamos diversas vezes com ele, tanto eu quanto o Marcos, provocamos muito ele de quais obras poderiam acontecer ali. Ele trouxe novas ideias e informações que possibilitaram a construção de uma espécie de residência artística dele nesse local”, destaca o diretor de cultura da FCC.
Nicole Leite, uma artista de São Paulo, que irá expor alguns de seus projetos, comenta estar com a sensação bem positiva a respeito da exposição. “Fico bem feliz de fazer parte deste panorama. Estar nesse recorte, que se preocupa em apresentar os jovens artistas do estado, me sinaliza que meu trabalho e pesquisa estão em um desenvolvimento sério e bastante real”, comenta. Faz três anos que Nicole se mudou para Santa Catarina e iniciou a sua graduação na área de Artes Visuais. “A participação na exposição em Criciúma coroa esse período e potencializa minha energia na pesquisa. Agradeço muito o convite!”, complementa.
“Eu recebi essa provocação do Clairton e do Marcos, ali na Fundação Cultural, que falaram sobre a ideia deles de fazer uma exposição de jovens artistas. Eles me provocaram no sentido de produzir uma obra, eu nunca tinha feito algo assim”, expõe Fernanda. Até o momento, ela nunca tivera oportunidade de apresentar os seus trabalhos manuais, joias e mini bordados. “Quando ele veio com a ideia eu aceitei na hora assim, porque era uma coisa que eu já tinha essa vontade, esse desejo”, relembra. A artista diz que foi um grande desafio fazer a obra. “Porque embora eu tivesse alguns projetos de expor meu trabalho em uma galeria, ainda não tinha tido a oportunidade de produzir algo assim”, alega.
Para os artistas qual a importância da exposição de arte?
Corrêa já esteve apresentando algumas de suas obras digitais em feiras, mas é sua primeira vez apresentando a suas obras pintadas a mão. Para ele, está é a realização de um sonho. “Acredito que a conexão que eu vá trazer com minha exposição com outras pessoas, que também se conectem com as obras é importantíssima. As minhas obras são introspectivas e sempre que alguém se identifica com as obras isso tem muito impacto em mim”, reforça.
Fernanda acredita que a arte no geral é importante para o desenvolvimento do senso crítico e de aceitar as provocações e os reflexos que as obras trazem. “E como a exposição vai acontecer na Fundação Cultural, eu acho importante, também, para as pessoas conhecerem o espaço. Tem muitas pessoas que são aqui da cidade e não conhecem, e é um prédio bonito, histórico e tem uma diversidade de oficinas que as pessoas podem participar. Então, é uma oportunidade para as pessoas conhecerem também o espaço físico da Fundação Cultural”, detalha.
Na opinião de Nicole, as exposições de arte são, sempre, um contexto de oferta de experiência a nível do sensível, uma troca entre a obra e o expectador. “Infelizmente, nossos espaços expositivos são por vezes vistos como espaços afastados da realidade da maioria das pessoas, com o estigma de que ‘não entendo arte. Então, para que ir em uma exposição?’ No entanto, a arte é sobre sentir, não necessariamente sobre entender. É sobre uma experiência, que pode te tocar ou não, mas é sempre uma experiência”, acentua. Para a jovem, a vida não se resume apenas nos aspectos práticos de trabalhar, comer, e dormir, mas sim é importante nutrir os sentidos com afetos, relações e com a arte. “Em exposições, peças, apresentações, com a cultura popular, com a leitura, com a música. Essas experiências são importantes para nossa sensibilidade, e isso nos torna mais inteiros, mais empáticos, mais felizes”, finaliza.
Conheça os artistas da exposição coletiva Jovens Artistas Catarinenses: Rotas em Convergência:
Audrian Cassanelli (Chapecó)
Fernanda Baldin (Treviso)
Fernanda Sabino (Criciúma)
Gabriela Buffon (Fraiburgo)
Giovani Búrigo (Criciúma)
Henry Goulart (Urussanga)
Jean Smekatz (Joinville)
Lucas Flygare (Florianópolis)
Luísa Cury (Florianópolis)
Luiza Caldari (Balneário Camboriú)
Luiz Gustavo Corrêa (Criciúma)
Nestor Júnior (Florianópolis)
Nicole Leite (Joinville)