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SGT ALEXANDRE DA ROSA

O abuso sexual na terra do carvão

Os tarados não descansam nem em tempos de pandemia, daí a importância de nos mantermos atentos a qualquer mudança comportamental de nossos filhos. O abusador é um ser de muitos adjetivos: astuto, meticuloso, carinhoso e que age de maneira silenciosa. Na imensa maioria dos casos sua atuação não deixa vestígios e tampouco testemunhas.

Posso estar aqui falando do pai, padrasto ou até mesmo de um avô. Uma pessoa do ciclo familiar que, na prática, inspira confiança, emana respeito e que pelas estatísticas da criminalidade atua sem deixar marcas aparentes. Pelo contrário, o agressor seduz a sua vítima por meio de presentes; é um pirulito diferenciado, o carrinho do momento, a boneca da moda ou até mesmo uma ida a sorveteria. Monstros que causam traumas em suas vítimas para toda a vida.

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Para a vítima, o silêncio passa ser uma espécie de amigo oculto, o isolamento, seu porto seguro e a rejeição a fiel acompanhante. Contudo, a pergunta que não quer calar é a seguinte: sabendo que 90% dos casos de violência sexual acontecem dentro do lar e que a maioria dos agressores são pessoas da própria família, no momento atual, onde a orientação a ser seguida é a de ficar em casa, como prevenir nossos filhos das investidas desses indivíduos?

Pois bem, antes de você ter acesso as dicas de segurança vamos nos atentar aos números da violência. Ano após o ano os casos de violência sexual tem crescido assustadoramente em nossa cidade, o que nos leva a imaginar que cada vez mais os abusadores estão se sentindo menos intimidados com as consequências de seus atos, ou seja, foram-se os tempos em que os rigores da lei intimidavam os malfeitores.

Se em 2017, Criciúma presenciou de janeiro a agosto 39 casos de violência sexual, em 2020 o quadro mudou. Vale ressaltar que a maioria dessas vítimas eram meninas menores de 18 anos. De acordo com o Delegado Fernando Guizzi, em média, semanalmente chegam sete denúncias desse tipo à Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI).

Os números falam por si só, portanto, eles não mentem. A psicóloga da Polícia Civil da Delegacia de Timbó, Bianca Sabine Utpadel, proferiu em maio uma importante palestra sobre o referido assunto, intitulada: Violência Sexual Contra Crianças – Nem Todos os Monstros Vivem Embaixo da Cama.

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Na ocasião, a profissional trouxe grande contribuição acerca da prevenção, com destaque para o papel da família e também da escola. Sobre a família, Bianca focou em duas questões importantes: respeitar o limite do corpo e a relação de confiança com algum familiar (a vítima saber a quem recorrer quando necessitar).

Num segundo momento da palestra, o foco passou a ser os possíveis sinais de identificação do problema. Por mais simples que eles sejam, Bianca citou a importância de conhecer os hábitos e os costumes das crianças. Disse ela: “Eu preciso conhecer a minha criança, pois ela dará pistas caso haja qualquer alteração comportamental; notas boas ou ruins na escola/gostava de educação física e repentinamente passou a se isolar/expressão através de desenhos/toques excessivos a órgãos/de falante passou a ficar muito quieta”, entre outros.

Em relação aos adolescentes, seu olhar demonstrou que a escola é vista como um espaço revelador, sendo o professor o personagem principal desse importante processo. Citou a queda no desempenho escolar, o hábito de chegar constantemente cedo a escola, o comportamento antissocial e o uso de moletons em dias quentes (a possibilidade de esconder os sinais da automutilação).

Podemos também acrescentar a essas informações o fato de vigiar o uso da internet, pois embora a tecnologia tenha facilitado a vida dos estudantes, ao fornecer uma infinidade de conteúdos, ela também trás consigo um lado obscuro que pouca gente conhece. A internet é uma terra fértil para os pedófilos!

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